Na Gestão Financeira é importante entender a diferença entre econômico e financeiro. Quando discutimos os resultados de uma empresa é comum resumir tudo ao “Financeiro”. No entanto, o Financeiro real do negócio é apenas o sintoma do que é de fato controlado pelo econômico.
Colocado de uma forma simples, se um negócio não é economicamente viável, ele provavelmente não será financeiramente viável. Os aspectos econômicos de um negócio, mais comumente analisados através de um Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), incluem, o montante FATURADO em um período, os CUSTOS atrelados à entrega do que foi faturado no período e as DESPESAS incorridas neste mesmo período. Na maior parte dos negócios, as despesas têm um comportamento mais estável, pois ela não varia quando se vende mais; os custos, por sua vez, tendem a subir quando o valor faturado sobe. O DRE capta estes valores referentes a um período determinado, podendo ser um mês, trimestre, semestre ou anual. É a partir dos valores apurados no DRE que serão identificados os montantes devidos em impostos, por exemplo, além de créditos tributários ganhos no mesmo período. Um negócio é ECONOMICAMENTE VIÁVEL somente se o montante faturado é CONSISTENTEMENTE maior que a soma de CUSTOS + DESPESAS. Caso contrário, o negócio está operando no prejuízo. Um prejuízo temporário, causado por uma adversidade imprevista pode ocorrer e ser compensando por lucros em exercícios posteriores. Mas prejuízos contínuos sugerem que o negócio está mal estruturado e precisa ser revisto em pelo menos uma das alavancas mencionadas acima.
Já os aspectos financeiros de um negócio estão mais relacionados à velocidade com que o negócio realiza um CICLO OPERACIONAL COMPLETO, desde o primeiro desembolso até o recebimento do valor da venda após a entrega do produto ou serviço. Caso este ciclo seja longo, um negócio precisará de muito capital de giro. Esta necessidade reduz quanto mais eficiente o negócio é em entregar o que vendeu. Dentro do Ciclo Operacional, ocorrem inúmeros desembolsos, recebimentos e movimentações de estoque que, combinados, resultam na dinâmica financeira da empresa. O que determina a saúde financeira são as velocidades que cada um destes três têm no negócio. Idealmente, os recebimentos e as movimentações de estoque precisam ser mais rápidos que os desembolsos, o que resulta em um giro que beneficia o negócio e reduz a necessidade de capital de giro.
No dia a dia, a maior parte das empresas foca nos aspectos financeiros, afinal o CAIXA É REI, e controla a dinâmica de contas a receber, contas a pagar e estoque. Mas problemas mais sérios no caixa tendem a ter sua origem nos aspectos econômicos do negócio. Negócios com baixa lucratividade (baixa margem) precisam de muito giro, ao passo que negócios com mais margem podem se dar ao luxo de um giro menos acelerado.
Uma empresa bem gerida financeiramente precisa ter olhos tanto nos resultados econômicos quanto nos resultados financeiros. Conhecer estes aspectos do negócio auxilia no entendimento sobre o negócio, sobre o mercado, sobre empresas concorrentes e auxilia no planejamento de exercícios futuros.